quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

neblina matinal

desde o início da crel até começar a subir a serra magnífica para fátima, a madrugada esteve cheia de nuvens rasteiras e nevoeiro. tudo branco e em fátima o céu claro e a paisagem nítida.
de repente estava rodeada de leitores inconvenientes e era preciso abrir uma porta dos fundos para um pátio interior, que é este. as folhas estão no chão porque se perdem; o pátio é ventoso e há folhas a remoinhar pelo ar, não lidas e que nunca mais serão avistadas por olhos nenhuns. também há as folhas do castanheiro do vizinho, ou as folhas do castanheiro de Hikmet, apetece dizer uma desfolhada. o turco e a Simone (que de voz revolta passou a pregoeira de banhas da cobra) acertaram ambos o significado, em certos ramos, uma certa mágoa. 'oh minha terra / minha aventura / casca de noz / desamparada.' anos mais tarde Saramago soprou a casca para o mar, Portugal à deriva na Jangada de Pedra.
há livros onde este pátio aspira a ser os jardins do paraíso, mas a tanto não me poderia atrever. fiz as contas a vinte anos, em tendo uma extrema sorte. não há tempo a perder.


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